29 de julho de 2008

A porta

Eis que estou à porta e bato.

E ninguém atende.

Será que cheguei muito cedo ou será que já é tarde demais?

Ou será que ainda dá tempo...

De pegar a estrada e encontrar aquilo que procuro no meio do caminho?

Ou devo dar as costas para a porta e ir embora como se nunca a tivesse batido?

Talvez devesse esperar, pode ser que alguém esteja apenas dormindo,

Ou pode estar morto...

Ou pode apenas ter ido até a esquina comprar pão.

Talvez eu devesse arrombá-la.

Eu poderia fazer tantas coisas...

A única testemunha de que naquela porta bati é a própria porta.

Mas ela, coitada, nem pode falar nada.

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