7 de fevereiro de 2008

mais uma parte...

Passaram-se duas semanas desde o jantar e não tive mais notícias da mocinha, até porque eu não poderia pedir ao meu amigo como estava a sobrinha dele. Eu não tinha muito o que fazer a não ser esperar. Mas esperei e continuei esperando para que algo acontecesse e como nada acontecia, os dias passavam e eu não tinha notícias da moça séria, resolvi consultar a lista telefônica e ligar para a casa de seus pais. Depois de várias tentativas frustradas, finalmente a moça pegou no telefone.
- Alô?
- Oi, com que falo?
- Com Natália.
- Boa tarde Natália, talvez você não lembre de mim, mas acho que você estava me encarando em um jantar, há mais ou menos umas duas semanas, na casa de seu tio Pedro.
- Oh, meu Deus, você é o velho tarado que me deu carona! Como tem meu telefone? Que audácia ligar para minha casa! Você é algum tipo de psicopata?
- Você adivinhou rapidinho. Isso significa que realmente me encarava aquela noite. Ou será que estou enganado?
- É claro que se engana! Eu jamais faria isso!
- Tudo bem. Desculpe. Por um instante pensei que talvez você gostasse de senhores de cabelos brancos. Por um instante também cometi a loucura de ligar em sua casa. Mas lamento o inconveniente e isso não mais se repetirá, moça séria. Vou tentar assediar alguma outra garotinha safada de vinte anos que encara velhos enquanto janta.
- Estúpido!
- Mentirosa!
Por um instante senti como se tivesse quinze anos e discutia com minha irmã por causa de algum assunto banal. A que ponto eu havia chegado... Ligar na casa de uma garota de vinte anos e esperar que ela dissesse: Sim, eu estava te encarando! Qual seu endereço? Estou indo aí agora mesmo! Talvez ela tenha razão. Talvez eu seja um velho tarado, mas qual velho não é tarado quando vê que a idade passou mas ainda faz sucesso com as mulheres? Às vezes não somos nós quem as procuramos. Às vezes elas é que se oferecem, como se fossem carne, como se estivessem no cio. Mas os canalhas são e sempre vão ser os homens. A culpa é nossa. Engraçado isso, porque eu não provoco ninguém. E no fundo todas elas sabem que estão provocando alguém, seja um adolescente punheteiro ou um velho cujo pau não mais levanta. Essas vadias fazem de propósito. Todas elas.
continua...

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