3 de agosto de 2007

Hora do almoço. E eu triste. Quem consegue comer em frente às outras pessoas quando está triste? Quem? Iam escorrer lágrimas em cima do macarrão.Fui até a farmácia. Salgadinho, bolacha salgada e wafer. Vontade de chorar e comer tudo até não sobrar um espaço vago no estômago. Comer até ter uma espécie de hipnose, uma redenção pós-almoço, onde eu veria Deus e ele diria coisas espetaculares a respeito de minha vida: "Você é a escolhida!! Vá até o seu jardim e cave um metro abaixo da bromélia. Lá estarão as instruções..." Mas não tenho jardim nem bromélia. E como por estupidez, pra passar mal depois. Também não sou a escolhida. Minha mãe disse que está na hora de eu me emancipar. Claro! Consigo um puta emprego, com minha inteligência ultramegaespetacular. Um puta emprego só sendo puta profissionalmente. Entrei em estado vegetativo. Acho até que se eu me concentrar um pouco consigo ver a luz e passar pelo túnel. Sou um mero pedaço de carne (e quanta carne!) andando pelas ruas curitibanas. Sou eu e o tio da limpeza. "Contrate um tio da limpeza! Aquele que passa e ninguém vê. Limpeza imperceptível!" Tipo eu. Um ponto rosado na calçada. Patê.

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