Eu quis que desse certo. Eu esperei que desse certo.
Mesmo quando tudo indicava que daria errado, mesmo quando eu não tive as atitudes mais bem pensadas do mundo, no fundo sempre esperei que desse certo, que terminasse bem.
Mas não sou moderna, pra falar a verdade sou antiquada demais.
Não consigo pensar que dediquei três anos a algo que não "deu em nada".
Porque pra mim, se eu invisto em algo, quero retorno daquilo.
Me sinto lesada, como se tivesse pago por três anos por um produto que nunca chegou ou já veio com defeito de fabricação.
Não levei um pé na bunda, mas preferiria ter levado, pois estaria doendo menos.
Justo quando eu desejei de todo meu coração investir pra sempre, ter os olhos só para aquela pessoa, eu ouço que ela não sabe o que quer.
Eu, como menina que sou, sempre soube o que queria. E não é por influência da mídia e não é por influência da família ou de amigos.
Eu só queria me apaixonar, amar alguém e passar o resto da vida com aquela pessoa.
Mas o mundo de hoje é moderno demais pra mim.
Meu coração não consegue suportar tudo que o mundo de hoje comporta.
Os homens querem mulheres perfeitas, relacionamentos abertos, imaginários ou seja lá o que for.
Eu, eu só queria uma vidinha sossegada, com cachorro, gato e passeios nos finais de semana.
Talvez eu esteja errada. Pode ser.
Mas não é pra isso que escrevo este post.
É pra conseguir colocar pra fora tudo que está doendo aqui dentro. E dói muito.
E não é por estar "sozinha", que de solidão eu só sofro quando quero.
É que eu não entendo. Não consigo entender.
Não entra na minha cabeça.
Dói por não saber, não entender, não compreender.
Dói por não poder ficar esperando, porque não sei quanto tempo a loucura dos outros dura.
Porque pra mim ainda soa como loucura.
Sempre tive um grande apego a tudo que é meu. É difícil ter que deixar algo ir embora e não poder fazer nada praquilo ficar.
Porque eu não tenho poder nenhum. Porque afinal de contas aquilo nunca foi meu.
Porque eu sou passional demais, emocional demais e qualquer tipo de perda acaba machucando demais.
Mas se tem que ser assim, quem sou eu pra insistir, pra teimar, pra querer que aquilo dê certo quando todo esforço só parte de mim?
Sou humana. Chega uma hora em que não dá mais.
Chega a hora de dizer adeus.
E nesse ponto posso ser bastante radical.
Mas só assim eu consigo me afastar de coisas que eu ainda amo.
Não sei por quanto tempo. Mas amo.